Quem somos
A Pequi (Pesquisa e Conservação do Cerrado) foi criada há 22 anos com o propósito de conservar o Cerrado através da valorização de seus povos e saberes tradicionais e uso sustentável da biodiversidade. Nossos principais públicos alvo são: as comunidades locais, os gestores de áreas protegidas, instituições de pesquisa, instituições públicas e privadas que sejam comprometidas com a conservação do Cerrado.
Ao longo desses anos, a Pequi tem desenvolvido projetos próprios e em parceria com outras instituições não governamentais e governamentais, a saber: SEMADES; NATURATINS; IBAMA; Fundo Nacional do Meio Ambiente – MMA; Universidade de Brasília - UnB; Universidade de São Paulo - USP; Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, Instituto Sociedade, População e Natureza - ISPN; Conservação Internacional do Brasil; Fundação Grupo O Boticário de Proteção à Natureza. Além disso, a Pequi é membro da Rede Cerrado e faz parte do conselho deliberativo desta Rede desde 2002. A Rede Cerrado congrega instituições da sociedade civil que atuam na promoção do desenvolvimento sustentável e na conservação do Cerrado. São mais de 300 entidades identificadas com a causa socioambiental no Cerrado, que representam trabalhadores/as rurais, extrativistas, indígenas, quilombolas, geraizeiros, quebradeiras de coco, pescadores, ongs, entre outros.
Atualmente, nossas principais atividades são voltadas para a restauração ecológica e/ ou produtiva de áreas degradadas, manejo do fogo e fomento ao extrativismo sustentável do Cerrado. Com isso, os principais resultados que pretendemos alcançar são: i) restauração de processos ecossistêmicos, como a geração de água, aumento da biodiversidade, ii) controle de espécies exóticas invasoras e manutenção dos estoques de carbono; iii) prevenção a incêndios florestais e mitigação de seus efeitos; iv) fortalecimento da segurança alimentar de comunidades rurais e urbanas que dependem diretamente da biodiversidade do Cerrado.
A implementação de Sistemas Agrocerratenses (SACE), em quintais de famílias agricultoras, tem sido nossa principal ferramenta para alcançar esses resultados. Pretendemos expandir essa nova tecnologia social que vem sendo desenvolvida por todo o Cerrado. Trata-se de um sistema análogo ao agroflorestal, mas, diferente deste, o SACE considera as particularidades do cerrado sentido restrito (fitofisionomias de savana brasileira), ao invés de emular um sistema florestal. Iniciamos este projeto inovador em parceria com a WWF, o Instituto Federal de Brasília e o Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília, que são atualmente nossos principais parceiros.
Portanto, desde 2021 estamos desenvolvendo projetos em parceria com essas instituições citadas, que são também nossos financiadores. Já plantamos 3,5 hectares de SACE em assentamentos de reforma agrária no Distrito Federal e em novembro de 2022 iremos implementar, em parceria com a WWF, mais 2 hectares em quatro estados: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais. Os principais resultados desses projetos foram: 1) impacto positivo direto em nove famílias da agricultura familiar, através da implementação de 3,5 hectares de SACE; 2) fomento às redes de sementes e associações de coletores de sementes nativas, que têm sido uma tendência crescente de novas tecnologias sociais adotadas por empresas e pelo terceiro setor para restauração ecológica; 3) diminuição da cobertura de espécies exóticas, aumento da biodiversidade e manutenção dos estoques de carbono por facilitar o restabelecimento da vegetação nativa em áreas degradadas; 4) colaboração com a comunidade científica acerca dos resultados dos monitoramentos após o plantio, facilitando a pesquisa sobre uma nova tecnologia social capaz de promover conservação do Cerrado, com ciclos de feedback para melhorar a técnica desenvolvida .
Atualmente, o recurso humano é o principal recurso do qual dispõe nossa instituição. A diretoria é composta por quatro membros, todos graduados em Engenharia Florestal e uma bióloga e mestre em ecologia. O conselho científico conta com uma pesquisadora da Universidade de Brasília e outra do Instituto Federal de Brasília. Além disso, temos outros quatro sócios, dentre eles uma professora da Universidade de Brasília, um funcionário do Instituto Chico Mendes de Conservação (ICMBio) e um funcionário da The Nature Conservancy (TNC). Com a crescente demanda por projetos de impacto social, pretendemos expandir nosso negócio e adquirir outros recursos materiais essenciais para a estrutura de nossa instituição a longo prazo, além de colocar em prática um plano de comunicação e marketing. Nossa principal estratégia para captação de recursos financeiros é através da aplicação para editais de financiamento de projetos socioambientais que contemplem nossos propósitos, além da celebração de parcerias técnico-financeiras através de carta-convite.
Para garantir a continuidade de nossas ações, nós priorizamos aplicar editais para manutenção das ações já implementadas, antes de expandir as ações para outros territórios. A realização de monitoramento após a implementação de nossas ações se dá, geralmente, seis meses consecutivos aos plantios, para identificar possíveis gargalos que necessitam de reparo para o cumprimento das metas. Um dos pilares dos SACE, atualmente nossa principal ação de impacto social, é o “participativo/integrativo”. Isso significa que todas as ações, dentre elas a mobilização da comunidade, a escolha das espécies e os métodos de plantio, são realizadas com a participação da comunidade. Para isso, adotamos o diagnóstico rural participativo e o manejo adaptativo, onde temos a oportunidade de mapear um território e conhecer bem a realidade local, para então decidir quais as melhores ações deverão ser tomadas para atingir nossas metas. Além disso, na fase de diagnóstico, as famílias contempladas são entrevistadas para a realização de uma avaliação de impacto social. Por fim, durante todo o período de execução de um projeto, nós prestamos apoio técnico online (via celular) e também presencial, sempre sob demanda das comunidades.